terça-feira, 26 de outubro de 2010

A palavra agora é colaboração

Como já postado em textos anteriores nesse blog, comentamos aqui a importância do uso do software livre como uma forma de construção e socialização do conhecimento. João Brant, no texto O lugar da educação no confronto entre colaboração e competição, escreve sobre a importância e a necessidade de possibilitar uma educação pautada na direção da colaboração. A economia capitalista sempre suscitou em nós a questão da competição. Não enxergamos ou não enxergávamos o outro como um possível colaborador e sim como um competidor que estava apto a qualquer momento a nos tirar da "jogada". Nesse cenário de competição, o conhecimento não circula ele é aprisionado, como uma forma de centralização desse bem, o conhecimento é uma forma de poder e a poucos interessam, dentro desse contexto capitalista, compartilhar esse bem. Segundo João Brant, a defesa da liberdade do conhecimento, representa a afirmação de uma nova cultura que resgata os valores da colaboração e do compartilhamento. O uso do software livre, e o trabalho dos hachkers, que possibilitou o desenvolvimento da internet, são processos que podemos enxergar nesse sentido. É a circulação e compartilhamento do conhecimento através da colaboração e construção de saberes. ´Nós educadores precisamos viver esse cenário, compreender e escolhermos qual o tipo de educação que queremos proporcionar aos nossos educando, se uma educação que aprisiona o conhecimento e não interaje com as coisas que estão a sua volta ou uma educação que possibilita a liberdade do conhecimento, ressignificando-o a cada momento.

Amor - Clarice Lispector

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!Clarice Lispector

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nos ensinaram errado!!!

Estamos sempre discutindo neste espaço a importância das novas tecnologias como espaço de construção dos saberes e a socialização desse saberes. Por muito tempo, devo reconhecer, a palavra hacker tinha um significado negativo para mim. Assim como muitos, acreditava que a palavra  "hacker" designava pessoas que invadiam computadores para roubar informações, senhas e desviar dinheiro. É esse conceito que ronda o imaginário popular. Mas segundo o professor Nelson Pretto, em seu artigo um jeito de ser hacker, A palavra hacker surge no meio dos programadores de computador para designar aqueles que se dedicam com entusiasmo ao que fazem nesse campo. foi o entusiasmo dessa turma que possibilitou a criação e a presença da internet em todo planeta. Isso demonstra que diferentemente dos crackers, que é a palavra correta para denominar as pessoas que fazem um mal uso do seu conhecimento da rede, os hacker através da sua curiosidade inova e movimenta os saberes dentro da rede, possibilitando o compartilhamento do conhecimento.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Para onde vai tudo isso?

Uma boa reflexão, dentro dessa revolução tecnológica, é perguntar qual o destino do chamado resíduos eletrônicos produzidos dentro desse contexto digital. Englobamos aqui, dos eletrodomésticos de grande porte, como as geladeiras, máquinas de lavar e aparelhos de ar-condicionado, às peças pequenas e portáteis como celulares, lâmpadas fluorescentes e tocadores de CD ou MP3. Antes feitos para durar, os eletrônicos de consumo hoje são projetados para serem substituídos quando quebrados - e então jogados fora.
Nas duas últimas décadas estivemos assistindo a uma revolução digital. O símbolo dessa era é o avanço do microchip, que se torna cada vez menor, mais rápido e mais barato.Vimos os equipamentos evoluírem exponencialmente e o setor de eletrônicos pessoais explodir. E, enquanto a mídia tem dedicado cobertura extensiva a essa onda de inovação tecnológica, pouca atenção tem sido dada àquilo que ela deixa como rastro. Precisamos estar atentos para um consumo consciente desse equipamentos e não um consumo desenfreado como estamos assistindo. As empresas deveriam se responsabilizar não só pela fabricação, mais também ter responsabilidade com seus produtos até o fim da sua vida útil. Na Suiça dois sistemas de retorno ao fabricante são financiados por uma taxa prévia de reciclagem,um para aparelhos  elétricos (de secadores de cabelo a geladeiras) e outro para eletrônicos (computadores, celulares e afins). Os fabricantes e importadores são responsáveis por seus produtos até o fim de sua vida útil e devem garantir um processo de reciclagem limpo e eficiente. Somente 3% do e-lixo vai para aterros, que são sujeitos a controles rígidos. Para haver uma diminuição do impacto no meio ambiente pelo e-lixo é necessário que as indústrias tomem consciência do seu papel e utilize materiais menos nocivos ao meio ambiente e que os consumidores reflitam sobre o consumo desenfreado desses aparelhos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

INCLUSÃO DIGITAL DEMOCRATIZAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

A inclusão digital é um dos pilares básicos para a socialização do conhecimento dentro da esfera das novas tecnologias. Essa prática possibilita que sujeitos que não tem e não tiveram acesso aos recursos de comunicação possam, através desse projeto, visualizar novas perspectivas. A Inclusão digital é um projeto o qual o governo, organizações, empresas e terceiros disponibilizam recursos para que as pessoas venham obter os conhecimentos necessários para utilizar, com um mínimo de proficiência, os recursos de tecnologia de informação e de comunicação existentes. Observamos que a estrutura e o funcionamto da nossa sociedade vem se alterando de forma significativa pelas tecnologias de comunicação e informação. É necessário criar ou possibilitar um contexto de acesso a essas novas tecnologias para as pessoas que de algum modo, pela estrutura social da nosso sociedade, ficaram à margens desses benefícios. Dessa forma, a inclusão digital se faz presente para, de forma estratégica, democratizar o acesso as redes de informação e novas tecnologias permitindo o compartilhamento do conhecimento.